Voo no escuro. Lembranças
Hoje ao anoitecer, ví um pequeno avião se preparando para aterrizar no aeroporto de MARILIA. Os tempos são outros e tudo é mais fácil vez que a pista é sinalizada, tem radar e outras coisas mais. Lembrei-me de um fato já antigo. Vivido com meu pái.
No final da década de 50, o nosso aeroporto só operava normalmente durante o dia e aterrizagens a noite nem pensar. Seria um voo cego e de acidente possível com prováveis consequências ao piloto e eventual passageiro.
Entretanto, pelo menos por duas vezes pude assistir aterrizagem noturna. Meu pai era brevetado, embora não tenha pilotado por muito tempo, mas conhecia os procedimentos aeoronáuticos devido a sua condição.
O piloto por vezes calculava a rota prevendo um certo tempo de voo, e este excedia, e ele chegava ao seu destino ao anoitecer onde o pouso visual já não era possível de fazer.
Nestes casos o piloto do avião para pedir socorro, fazia várias voltas em torno da cidade, e aquelas pessoas que já sabiam do que se passava, entre eles meu pai, meu avô e meu tio Julio (todos brevetados) se deslocavam de carro até o aeroporto e ficavam de farol ligados nas cabeceiras da pista e outros tantos nas laterais de forma que o piloto pudesse guiar no escuro. E assim esta era a forma de ajudar o companheiro piloto com seus passageiros.
Tive a oportunidade de assistir esta fato por duas vezes e achava emocionante diante da situação de perigo.
Naquele tempo o piloto só podia contar com ele e com seus colegas, pois não tenho certeza de os aviões tivessem rádio amador. Hoje até o menor avião tem equipamentos sofisticados.
Os tempos mudam. E para melhor.